Senado celebra mês de conscientização sobre diabetes e câncer de próstata

Uma sessão especial do Senado celebrou no dia 07/11/2019 a campanha de conscientização sobre o diabetes, intitulada “Novembro Azul”. O Dia Mundial do Diabetes foi definido pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial da Saúde como 14 de novembro, em 1991. Desde então, a tonalidade azul é usada como símbolo do movimento. No Brasil, a campanha começou em 2007, mas um ano depois surgiram ações voltadas ao câncer de próstata, que utilizam a mesma cor como marca.

Senado celebra mês de conscientização sobre diabetes e câncer de próstata
Senado celebra mês de conscientização sobre diabetes e câncer de próstata

A sessão especial desta quinta-feira foi presidida pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS). Ele lembrou que autor do requerimento para a solenidade, senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), não pôde comparecer por estar se recuperando de uma cirurgia no sistema digestivo. Nelsinho, que é médico, observou que o diabetes, assim como o câncer de próstata, requer conscientização, com vistas à diminuição das mortes.

— A prevenção deve ser feita, principalmente entre aqueles que têm histórico familiar — alertou.

Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-as em energia para manutenção das células do organismo. A doença crônica pode levar a cegueira, insuficiência renal e até amputação.

Presidente da Frente Parlamentar Mista no Combate à Diabetes, a deputada federal Flávia Morais (PDT-GO) explicou que 14 de novembro foi escolhido para marcar a campanha de conscientização sobre o diabetes porque foi a data em que nasceu Frederik Banting, médico canadense que descobriu a insulina em 1921, juntamente com seu assistente, o estudante Charles Best, na Universidade de Toronto. O feito, segundo a deputada, valeu a eles o Prêmio Nobel e alterou por completo a qualidade e a expectativa de vida dos diabéticos. Estima-se que há mais de 425 milhões de pessoas com a doença no mundo, das quais cerca de 16 milhões vivem no Brasil.

— São números extremamente preocupantes, sobretudo quando sabemos que uma em cada duas pessoas que sofrem com a doença não é diagnosticada — afirmou.

Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Hermelinda Pedrosa celebrou a sanção da Lei 13.895, de 2019, que institui a Política Nacional de Prevenção do Diabetes e da Assistência Integral à Pessoa Diabética, publicada em 31 de outubro no Diário Oficial da União. O novo diploma legal prevê a realização de campanhas de conscientização da população sobre a importância de medir regularmente os níveis glicêmicos e de controlá-los. A lei prevê ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) forneça insulina e outros medicamentos aos diabéticos, bem como cirurgias, como a bariátrica, nos casos mais graves da doença. Com isso, os diabéticos passam a receber atendimento completo. Mas a aplicação da lei ainda depende de regulamentação do Poder Executivo.

Para Hermelinda, a nova lei mostra a importância de políticas relacionadas ao diabetes. Ela comentou que, depois do câncer, é a doença que mais onera o sistema público. Mas pontuou que, mesmo não tendo cura, o mal pode ser controlado.

— Portanto, a SBD reitera que espera contar sempre com o apoio desta Casa para o Novembro Azul, para que possamos, de fato, educar, apoiar as iniciativas preventivas, principalmente para que essas pessoas possam ter uma vida digna, sem complicações e com boa qualidade.

O presidente da Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (Fenade), Fadlo Fraige, elogiou o Senado pela sessão. Ele repetiu que o diabetes mata mais do que todos os cânceres juntos mais a aids, e disse que o assunto merece toda a atenção do poder público. Para Fraige, ainda falta conscientização entre os gestores em saúde, os médicos e até mesmo pacientes.

— Eu fico muito alegre de estar aqui numa sessão como esta, de ter uma atenção pelo Senado, pela Câmara. Mas essa felicidade será realmente completa quando os 90% de todos os diabéticos deste país estiverem sob controle. Isso é uma bomba relógio que vai explodir em dez anos nos hospitais — declarou.

O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) ressaltou a importância dos temas para a saúde pública do país, alertando aos homens para que deixem de lado questões como medo e tabu e se cuidem. Ele citou um projeto de lei que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do qual é relator, que inclui o diabetes mellitus entre os agravos à saúde a cujos portadores é concedida a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos de aposentadoria ou reforma. Trata-se do PL 585/2019, de autoria do senador Alvaro Dias (Podemos-PR), que, se aprovado, seguirá para a Câmara.

— Imediatamente, ao ser designado, eu peguei o projeto, preparei o parecer favorável e encaminhei pedido de impacto à Receita Federal do Brasil, para não termos dificuldades. Se levarmos um projeto a votação, e ele não tiver análise de impacto, não disser o que vai trazer de despesa para o país, ele corre dois riscos: primeiro, de ser rejeitado e, segundo, de ser declarado inconstitucional — explicou Mecias.

Fonte: Agência Senado